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Se sou mais que uma pedra ou uma planta? Não sei. Sou diferente. Não sei o que é mais ou menos (Fernando Pessoa - Poemas Inconjuntos)


Ler faz-nos viajar mas também nos permite aprender.

Ontem, uma passagem do livro “Onde está a felicidade” fez-me ir pesquisar sobre O Desastre da Ponte das Barcas, um episódio da nossa história que eu desconhecia.

 

O medo das tropas francesas empurrou milhares de pessoas do Porto para o rio Douro, que tentaram atravessar utilizando uma ponte construída sobre barcas. Com o peso da multidão esta cedeu tendo morrido cerca de quatro mil pessoas.

Em 29 de Março de 1809, durante a segunda Invasão Francesa, o marechal francês Soult entrou de forma inesperada na cidade do Porto.

A população assustada tentou cruzar o rio para a outra margem com o objetivo de criar alguma distância em relação aos invasores.

Precipitaram-se para uma ponte do Douro, construída sobre uma vintena de barcas que acabou por ceder arrastando as pessoas para o rio. Calcula-se que tenham morrido cerca de quatro mil pessoas.”

 

Quem more no Porto provavelmente irá revirar os olhos ao ler estas linhas, pois até existe um monumento que homenageia as cerca de 4mil vítimas do acidente (inaugurado em 2009 pelo então Presidente da Républica, Anibal Cavaco Silva).

O monumento é da autoria do arquiteto Souto Moura, que colocou grandes peças metálicas junto aos locais onde se procedia à amarração das cordas que prendiam as barcas que constituíam a ponte.

Quase no extremo do muro da Ribeira, um baixo relevo do escultor Teixeira Lopes relembra a morte das centenas de pessoas que, para fugir às tropas de Soult, se precipitaram para a Ponte das Barcas, provocando o seu afundamento. A população local mantém, com velas acesas, a memória da tragédia.

 

 

 

Claro que os pintores da época também retrataram essa tragédia 

 

Nota: a ponte das barcas era um projecto de engenharia de Carlos Amarante. Era constituída por vinte barcaças ligadas por cabos de aço e, na altura, era a única que permitia atravessar o rio. Quando as tropas francesas do general Soult entraram na cidade, a população, em pânico, tentou a fuga para Gaia, mas a ponte não aguentou. Foi mais tarde refeita, mas só em 1843 foi inaugurada a nova ponte pênsil, que a substituiu.

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2 comentários

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De C.S. a 10.01.2017 às 13:16

É tão bom ler e descobrir coisas novas! :)
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De Maria a 10.01.2017 às 14:47

Verdade

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