Li este poema por acaso e tocou-me (um acaso da vida, um livro emprestado)... no entanto, foi dificil encontrar na internet uma versão traduzida com a musicalidade desse primeiro livro (as versões brasileiras, quanto a mim, deixam um bocado a desejar).
Quem cavalga assim na noite e ao vento?É o pai que leva consigo o rebento;Leva nos braços envolta a criança,Mantém-na quente e em segurança.
Meu filho, porque estás tu a tremer?Pai, o Rei dos Elfos, não o estás a ver?O Rei dos Elfos, de cauda e coroa?Meu filho, é só o nevoeiro que voa.
‘Linda criança, vem, vem comigo!Belos jogos jogarei contigo;O meu Reino tem praias com flores decoradas,A minha mãe tem vestes a ouro bordadas.’
Meu pai, meu pai, não estás a escutarO que o Rei dos Elfos diz a sussurrar?Tem calma, meu filho, sossega um momento:São as folhas secas quando sopra o vento.”
Bela criança, queres vir para cá? As minhas filhas por ti esperam já.Elas à noite pelo rio andamE embalam-te e dançam e para ti cantam.”
Meu pai, meu pai, não estás a vislumbrarAs filhas dele naquele escuro lugar?Meu filho, meu filho, o que estou a ver:São velhos salgueiros na sombra a mexer.
“Eu amo-te, atrais-me, ó belo rapaz;Mas se não vens a bem, à força virás.”Meu pai, meu pai, ele está a agarrar-me!O Rei dos Elfos quer à força levar-me!
O pai, com pavor, lesto cavalgava,A criança envolta nos braços chorava,Com esforço chegou por fim a uma porta;Nos braços a criança estava já morta.