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Se sou mais que uma pedra ou uma planta? Não sei. Sou diferente. Não sei o que é mais ou menos (Fernando Pessoa - Poemas Inconjuntos)
Ontem estive num local onde estava exposto um quadro, algo perturbador: uma mulher, cujos pés apontavam para a direita, as costas igualmente para a direita, a cabeça estava virada para a esquerda. Atrás das costas (ou seria à frente do peito?) as mãos, que seguravam o que me pareceu um cálice e uma hóstia.
Disse-me a proprietária do quadro que aquela era uma cópia de uma obra (ou parte de uma obra) de Paula Rego, feita por utentes de uma associação de deficiência mental.
Tentei encontrar o original na internet, sem sucesso. Mas encontrei alguns outros que me chamaram a atenção. E fiquei cheia de vontade de visitar ao vivo uma exposição desta artista!
Tríptico (Série “Aborto”). 1997-1999
Anjo, 1998
A filha do polícia, 1987
Para 2017 tinha estabelecido o objectivo de visitar um museu por mês (não seria bem um por mês, mas um de dois em dois meses). Infelizmente o tempo frio trouxe umas mazelas lá por casa (constipações/gripes, que passam do pai para os filhos, atacando a mãe ao de leve – felizmente, pois se a mãe cai de cama é que é bonito!)
Não tendo ainda conseguido visitar nenhum museu “ao vivo”, pesquisei sobre a existência de museus virtuais (já sei que não é a mesma coisa…). E lá fui eu ao Vaticano, visitar a Capela Sistina.
A vantagem deste tipo de visita é que podemos apreciar os frescos de um modo mais confortável, ampliando e aproximando com um simples movimento do rato.
A Capela Sistina foi construída entre 1473 e 1481,durante o mandato do Papa Sisto IV, a quem deve seu nome. O arquitecto encarregado da construção foi Giovanni de Dolci. No entanto, esta é mais conhecida pelos frescos que cobrem totalmente as paredes e o tecto, elaborados por vários artistas, entre os quais se destacam Botticelli, Perugino, Luca e Michelangelo.
Michelangelo demorou 4 anos a pintar o tecto, com uma representação das nove cenas do Génesis
tendo demorado outros 5 anos para pintar o “Juízo Final”, que cobre o altar mor (obra realizada mais tarde, a pedido do papa Clemente VII)
A arte e a história que acompanham a Capela Sistina merecem sem dúvida um estudo mais aprofundado.
A tela "Cabeça" (tela sobre óleo) não é, na verdade, apenas uma, mas sim um cunjunto de estudos que o autor fez, provavelmente entre 1913 e 1915.
Ao que parece, temos aqui uma ponte entre dois estilos, Expressionismo e Cubismo, com uma "memória de Picasso".
Na primeira que apresento as cores são usadas mais como indicações de planos construtivos, já na segunda são usadas para criar volumes.
A inclinação da cabeça, um certo esgar, expressão dada a estes rostos, dão um carácter melancólico e sobrio/sofrido a estes rostos.
Estas obras (e respectiva análise) estão no Museu de Arte Contemporânea